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XXV SEMINÁRIO NACIONAL DE PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
BELO HORIZONTE - MG
10 A 13
NOVEMBRO/2019
2019 - EXPOMINAS
Grupo: GES
Tema: Armazenamento de Energia
Título: Caminhos para a Inserção de Sistemas de Armazenamento de Energia na Expansão do Setor Elétrico Brasileiro: Uma Análise de Potenciais Benefícios e Obstáculos
Autores: Wendell William Teixeira(1); Guilherme Ferreti Rissi(2); Gabriel Cunha(3); Juliana Xavier(3); Celso Dallorto(3)
Resumo: Cada vez mais reguladores, operadores e agentes de toda a cadeia produtiva do setor elétrico vêm
se preparando para a disseminação dos sistemas de armazenamento baseados em baterias (os
chamados Battery Energy Storage Systems, ou BESS). Há um grande consenso que este tipo de
sistema tem um potencial muito significativo e que será um tema chave para o futuro do setor
elétrico. Os dois principais fatores que contribuem para esta elevada expectativa são (i) a trajetória
de queda nos preços das baterias ao longo dos últimos anos, motivada por ganhos tecnológicos
incrementais e aumento na demanda para aplicações como eletrônicos portáteis e veículos elétricos
(vide Asif & Singh, 2017) e (ii) a disseminação de tecnologias de geração renovável em sistemas
elétricos em todo o mundo, gerando preocupações no que diz respeito à intermitência dessas fontes
e à necessidade de serviços ancilares que poderiam ser prestados pelos BESS. Embora exista um
profundo consenso no setor de que os BESS terão um papel fundamental no setor elétrico do futuro,
ainda existe uma grande incerteza no que diz respeito a quais modelos de negócio prevalecerão e
qual a melhor forma de extrair o máximo de benefícios para o sistema. Com a profunda evolução do
interesse no mercado em tecnologias de armazenamento ao longo dos últimos anos, houve uma
série de inovações estruturais neste ecossistema, dando um elevado grau de dinamismo ao
segmento e levando a uma ampliação da gama de possibilidades de modelos de negócio viáveis. Em
particular, por exemplo, destacam-se as iniciativas regulatórias que visam acomodar as
características típicas dos BESS nos mercados atacadistas de eletricidade de curto prazo, tais como
nos Estados Unidos (PV magazine USA, 2018) e no Reino Unido (Smartest Energy, 2016); além de
iniciativas dos policymakers para a contratação direta de determinada quantidade de BESS por meio
de licitações públicas, tais como a experiência no Reino Unido (KPMG, 2016) e na Austrália (Energy
Storage News, 2017). O presente artigo tem como principais objetivos: (i) apresentar uma
atualização desta análise de potenciais modelos de negócio para as tecnologias de baterias,
realizando um levantamento sistemático dos serviços prestados e potenciais oportunidades e
elencando seus principais pontos fortes e fracos, (ii) adaptar esta análise para o Brasil, indicando
como elementos regulatórios, de organização do setor, ou da própria conjuntura macroeconômica do
país afetam as expectativas para a evolução do setor de BESS nacional, e (iii) discutir
aperfeiçoamentos regulatórios necessários para viabilizar cada um destes diferentes caminhos,
buscando que o grau de investimento na tecnologia seja eficiente dadas as necessidades do sistema
e atentando para potenciais fragilidades de um desenho de mecanismo sub ótimo. Para isto, buscou-
se cobrir toda a gama de possibilidades de aplicações possíveis de BESS, desde equipamentos de
pequena escala atrás do medidor até serviços de armazenamento de grande escala. As experiências
internacionais demonstraram que as iniciativas para investimentos em BESS podem ser tomadas por
diferentes agentes (governo, investidores, consumidores, geradores ou prestadores de serviço fio);
e para alcançarem diferentes objetivos ? entre eles segurança de suprimento, aumento de qualidade
de serviço, arbitragem de preços para redução de tarifas, e outros. Em geral, pôde-se concluir que
internacionalmente as distribuidoras tendem a investir em BESS mais por questões de suporte à
rede, enquanto que investidores mais por questões de balanço entre oferta e demanda. Os
investimentos de planejadores e geradores variam, podem ser mais para serviços ancilares e
balanço entre oferta e demanda. Por fim, geralmente, os consumidores investem mais em BESS com
intuito de se tornarem resilientes e autônomos e para equalizarem a oferta e a demanda, que inclui
a arbitragem de preços para gerenciamento de tarifas de energia. Da mesma forma que setores
elétricos em todo o mundo, o Brasil está passando por uma profunda transformação. Em particular,
pode-se mencionar uma penetração cada vez maior de renováveis na matriz energética, com
desafios significativos para a operação. Especificamente no caso da geração distribuída renovável, o
efeito de elevação de tensão se torna presente, indicador pelo qual a distribuidora é responsável por
manter dentro dos padrões dispostos na regulamentação. Consequentemente, a aplicação de BESS
em determinados locais emerge como uma potencial solução para este desafio.